Depois de um longo intervalo alheio à minha vontade, hoje trazemos a segunda parte do resumo de um texto que me foi pedido e publicado, à guisa de introdução, no extraordinario livro de Paulo Moreira e Edward MacRae: “Eu venho de longe - Mestre Irineu e seus companheiros”
O movimento espiritual, cultural e social criado por Raimundo Irineu Serra - junto com outros homens como Daniel Mattos e Gabriel Costa - se espalhou desde sua genese por áreas da política, das instituições publicas e privadas, pelo campo artístico, simbólico e estéticos integrantes do Acre do século XX, e, por conseguinte, também do nosso próprio mundo pós-moderno.
Por isso, em certas passagens deste livro, seus autores se confrontam com questões relacionadas ao contexto político acreano. Momentos sobre os quais a aplicação de parâmetros gerais da história política brasileira ao caso do Acre e à atuação de Irineu junto às lideranças políticas locais, pode parecer extraordinariamente tentadora. Porém, no Acre não existe direita, centro, esquerda; neo-liberais, democratas ou socialistas da forma como nos acostumamos a pensar em relação ao Brasil.
Por força de seu contexto político diferenciado, como Território Federal desde 1904, os acreanos não tinham direitos políticos que os possibilitassem ter partidos e disputas eleitorais que consolidassem espectros ideológicos claramente definidos.
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